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Em ato em Copacabana, Bolsonaro pede anistia para condenados do 8/1

Por volta das 12h, a manifestação interditava o trecho da Avenida Atlântica entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. Ana Flor: É um ato em que ...

Em ato em Copacabana, Bolsonaro pede anistia para condenados do 8/1
Em ato em Copacabana, Bolsonaro pede anistia para condenados do 8/1 (Foto: Reprodução)

Por volta das 12h, a manifestação interditava o trecho da Avenida Atlântica entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. Ana Flor: É um ato em que Bolsonaro está ao lado de 4 governadores Apoiadores de Jair Bolsonaro participaram de um ato em Copacabana, Zona Sul do Rio, na manhã deste domingo (16), convocado pelo ex-presidente. A manifestação pediu a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, o maior ataque às instituições da República desde que o Brasil voltou a ser uma democracia. Além do ex-presidente, participaram do ato o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o de São Paulo, Tarcísio Freitas, o de Santa Catarina , Jorginho Mello, e o de Mato Grosso, Mauro Mendes. Também estiveram presentes os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia, coordenador do evento, entre outros. No ápice, ato com Bolsonaro em Copacabana teve 18,3 mil pessoas, diz levantamento de pesquisadores da USP Por volta das 11h30, o ex-presidente Bolsonaro começou a discursar e pediu anistia para os presos pelos atos golpistas, criticou a gestão do presidente Lula, fazendo comparações com o seu governo. "Eu jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham intenção, e nem poder pra fazer aquilo que estão sendo acusados", disse o ex-presidente. Ele mencionou o nome de algumas das mulheres condenadas e questionou os crimes imputados a elas. "Quem foi a liderança dessas pessoas? Não tiveram. Foram atraídas pra uma armadilha." Em discurso, o governador Cláudio Castro afirmou que "esse governo que tá aí tem usado pessoas inocentes presas como forma de deixar militância unida". Ele se voltou aos manifestantes e perguntou quem era do Rio de Janeiro e quem tinha ido de graça até ali. "Presidente, esse povo veio de graça para pedir anistia já. O Rio de Janeiro clama ao Brasil: “anistia, anistia!” O governador de São Paulo também pediu anistia. "A gente tá aqui no dia de hoje pra lutar pela liberdade", disse Tarcísio de Freitas. "A gente está aqui pra exigir a anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas." Ele citou alguns dos nomes dos condenados e disse que eles nada fizeram. "Nós vamos garantir que esse projeto seja pautado, seja aprovado. E quero ver quem vai ter coragem de se opor." A manifestação interditou o trecho da Avenida Atlântica entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. O protesto aconteceu uma semana antes de o Supremo Tribunal Federal julgar denúncia da Procuradoria-Geral da República que pode tornar Bolsonaro réu. Ex-presidente Jair Bolsonaro em ato em Copacabana na manhã deste domingo (16) Betinho Casas Novas / TV Globo O ato é visto como uma tentativa de pressionar o Congresso para que o projeto de anistia seja aprovado na Câmara e no Senado. No carro de som, os manifestantes também pediram a saída do presidente Lula e a volta de Jair Bolsonaro ao poder. O ex-presidente foi condenado em 2 processos na justiça eleitoral e está inelegível até 2030. Os manifestantes vestiam, em sua maioria, camisas amarelas e exibiam cartazes pedindo anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Jair Bolsonaro participa de ato na praia de Copacabana, no Rio Condenações Até o momento, 481 pessoas foram condenadas pelo STF por envolvimento no ato. Dessas, 255 tiveram suas ações classificadas como graves. Oito dos investigados foram absolvidos. As penas por crimes graves chegam a 17 anos e 6 meses de prisão por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado. As penas menores são de um ano por crimes como associação criminosa e incitação ao crime que são substituídas por restrição de direitos. Manifestação em Copacabana pede anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro Betinho Casas Novas / TV Globo O ataque O ataque de 8 de janeiro de 2023 pôs à prova os Três Poderes. Golpistas convocados nas redes sociais chegaram a Brasília em dezenas de caravanas financiadas por terceiros - e se juntaram a radicais acampados em frente ao quartel general do Exército havia meses. Por decisão do STF, 84 estão presos preventivamente (condenados e sem chances de recursos), 55 provisoriamente, e outros cinco em prisão domiciliar. Ao todo, 61 suspeitos são considerados foragidos. No 8 de janeiro, golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília De acordo com o STF, foram feitos 542 acordos de não persecução penal, quando os investigados confessam os crimes, cumprem medidas alternativas em troca de não serem julgadas. Esse acordo foi oferecido para quem cometeu crimes de menor gravidade, como aqueles que estavam acampados no QG do Exército e defendia intervenção militar, o que é inconstitucional. Destruição A Advocacia-Geral da União aponta que os ataques golpistas causaram um prejuízo de R$ 26,2 milhões ao patrimônio público. Contudo, há danos inestimáveis ao patrimônio histórico e cultural, já que obras e bens foram declarados irrecuperáveis. Somente no Senado Federal, o dano foi de R$ 3,5 milhões. Já na Câmara do Deputados, o prejuízo ultrapassa R$ 3 milhões e no Palácio do Planalto os danos superam R$ 9 milhões, apenas com obras de arte.